Até à terrível experiência com Second Life (um filme que felizmente toda a gente já esqueceu), Bernardo Sassetti costumava apontar em entrevistas o quanto gostava de trabalhar em cinema e as dificuldades e morosidade do processo. George Lucas disse que depois de um ano e meio de filmagem, montagem e desastres diversos no laboratório de efeitos especiais, a primeira coisa que correu bem na produção de Star Wars foi a banda sonora que John Williams lhe mostrou já pronta. Nino Rota, Morricone, Bernard Herrman, Max Steiner, Bill Conti (sim, o Gonna Fly Now, do Rocky) tudo gente que não parece ser capaz de trazer más notícias a um realizador. É certo que não faltam péssimas bandas sonoras (Serpico podia não ter sobrevivido àquele horror de música espalhado pelo filme todo), mas não se conhece histórias de compositores despedidos, como aquelas em que Woody Allen despede todo o elenco ou toda a equipa de filmagem e recomeça do zero. Nem conheço música que tenha sido rejeitada e, imagino, deve haver material para uma edição especial de umas dezenas de discos. Há canções de genérico em alguns James Bond com que ninguém pode ter ficado satisfeito, e aparentemente passaram sempre. Talvez seja mais difícil despedir um compositor que outro funcionário qualquer. Um critério com que não seria disparatado contar nos índices de empregabilidade da profissão.
*Banda sonora de Tubarão, como terão adivinhado.
2 comentários:
Não adivinhei... O asterisco confundiu-me.
O Peter Jackson rejeitou a banda sonora do Howard Shore para o King Kong, ou a parte dela que já estava composta, e foi recrutar o James Newton Howard.
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