segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Goodbye, Monkeyface.

Sendo um dos pontos mais altos do melodrama em cinema, dificilmente se poderia imaginar Letter From an Unknown Woman, de Max Ophüls, com outra pessoa que não Joan Fontaine. A carta que escreve começa com "I think everyone has two birthdays – the day of his physical birth and the first day of his conscious life" e segue com "as hard as it may be for you to realize, from that moment on I was in love with you. Quite consciously, I began to prepare myself for you." Todo o filme trata da fusão entre a fantasia romântica de Lisa e a sua própria existência, e só por isso não há nada de paradoxal na tranquilidade da obsessão que Joan Fontaine representa. O que se passa em Rebecca e em Suspicion não é a mesma coisa, mas a crença num determinado tipo fatalista de amor, é. Tratando-se de textos relativamente distantes, não é abusivo concluir que muito do tom melodramático destes filmes se deve a ela, talvez a actriz que melhor soube transpor para o sonoro um determinado tipo de interpretação característica do cinema mudo.

Como os últimos dias têm provado, não vale a pena querer tirar de uma fotografia interpretações maiores do que o que lá está (e mesmo assim...), mas esta de Joan Fontaine depois de ter recebido o Óscar por Suspicion, é a imagem, filmes excluídos, que ilustra melhor tudo o que quis dizer no parágrafo de cima.


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