Sendo um dos pontos mais altos do melodrama em cinema, dificilmente se poderia imaginar Letter From an Unknown Woman, de Max Ophüls, com outra pessoa que não Joan Fontaine. A carta que escreve começa com "I think everyone has two birthdays – the day of his physical birth and the first day of his conscious life" e segue com "as hard as it may be for you to realize, from that moment on I was in love with you. Quite consciously, I began to prepare myself for you." Todo o filme trata da fusão entre a fantasia romântica de Lisa e a sua própria existência, e só por isso não há nada de paradoxal na tranquilidade da obsessão que Joan Fontaine representa. O que se passa em Rebecca e em Suspicion não é a mesma coisa, mas a crença num determinado tipo fatalista de amor, é. Tratando-se de textos relativamente distantes, não é abusivo concluir que muito do tom melodramático destes filmes se deve a ela, talvez a actriz que melhor soube transpor para o sonoro um determinado tipo de interpretação característica do cinema mudo.
Como os últimos dias têm provado, não vale a pena querer tirar de uma fotografia interpretações maiores do que o que lá está (e mesmo assim...), mas esta de Joan Fontaine depois de ter recebido o Óscar por Suspicion, é a imagem, filmes excluídos, que ilustra melhor tudo o que quis dizer no parágrafo de cima.
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