O fim dos REM e a falta de pachorra para os Radiohead trazem de volta um debate fundamental que tenho habitualmente comigo próprio. Nenhuma banda devia durar mais do que dez anos e nenhuma resistiu para lá disso até hoje. As circunstâncias extraordinárias que levam três, quatro, ou cinco pessoas a encontrarem-se, terem talento e estarem de acordo num determinado assunto já são, por si só, um acaso que faz duvidar o mais empedernido dos ateus, mas só por profunda gratidão é que ainda ouço um novo disco de Radiohead, Strokes ou dEUS (este caso ainda é mais grave: uma pessoa que, como o Tom Barman, conhece tão bem Portugal, devia saber que não há nada pior nesta vida que o risco de ser comparado a um António Manuel Ribeiro). Basta-me pôr os olhos nos Blur, Pixies, Beatles, Clash, Pavement, e White Stripes, independentemente da forma mais ou menos voluntária como cada um foi à sua vida, para saber que não há ressentimento póstumo que me arranque estas pessoas do coração.
Sem comentários:
Enviar um comentário