Há um episódio de Mad Men em que Don Draper ensina a filha de oito anos a preparar um Bloody Mary para os convidados, e um Tom Collins para a mãe. Num outro, ele próprio prepara para si um Old-Fashioned, com rye em vez de bourbon para despachar e sem grande cuidado, coisa rara. Há um momento em que Roger Sterling mistura vodka no leite que a mulher insiste que ele beba de manhã. A Peggy Olsen, promovida de secretária a copywriter pede frequentemente um Brandy Alexander, bebida só aparentemente suave. Numa festa de um country club, num domingo de Verão, as pessoas comentam que os Mint Julep não estão mauzinhos. Quando a Betty Draper resolve entrar sozinha num bar enquanto pensa amargamente o seu casamento, pede um copo de água primeiro e um Vodka Gimlet pouco depois. Juntam-se a isto os Scotch simples no escritório, uns quantos Dry Martini por quase toda a gente, Manhattans, Camparis e todos os que não me lembro.
Os silêncios de Mad Men são compensados assim, com muito álcool, umas vezes por cenário, outras para atalhar caminho e dar alguma coisa sobre a pessoa que está a beber, mas sempre presente. As personagens revelam-se todas muito devagar, mas não demora meia temporada até sabermos quem bebe só ocasionalmente, quem gosta de beber, quem é bom a fazê-lo e quem dá sugestões aos barmen. Se há páginas escritas com cuidado nesta série são as que envolvem bares e garrafeiras.
Os silêncios de Mad Men são compensados assim, com muito álcool, umas vezes por cenário, outras para atalhar caminho e dar alguma coisa sobre a pessoa que está a beber, mas sempre presente. As personagens revelam-se todas muito devagar, mas não demora meia temporada até sabermos quem bebe só ocasionalmente, quem gosta de beber, quem é bom a fazê-lo e quem dá sugestões aos barmen. Se há páginas escritas com cuidado nesta série são as que envolvem bares e garrafeiras.
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