A melhor série de todos os tempos actualmente é o Mad Men, este problema está despachado. Para resumir tudo não são necessárias mais do que poucas palavras: pessoas de uma agência de publicidade de Nova Iorque, a Sterling Cooper, em 1960, vão passando os dias. Não estamos perante os momentos mais decisivos da vida de ninguém, não há um acontecimento que provoque o arranque da série. Não pode haver spoilers porque sabemos praticamente tudo o que vai acontecer, temos sempre mais informação do que os personagens, como num Hitchcock. Estamos na América entre 1960 e 1963, para já, e sabemos que a campanha do Nixon, nas mãos da Sterling Cooper, não vai ganhar, sabemos que não vão cair bombas na Crise dos Mísseis, sabemos que mais tarde ou mais cedo vão morrer pessoas, como Marilyn Monroe e Kennedy.
Para além disto tudo, episódio atrás de episódio, temos todos os clichés que esperamos ver. Fuma-se nos hospitais, no elevador, nas carruagens de metro, as mulheres grávidas bebem martinis, o lixo é deitado no chão, mesmo em Parques Nacionais, a secretária espera ser beliscada no rabo pelo chefe e não acha mal, as crianças não são bem pessoas e um estalo ocasional é muito natural para toda a gente. No meio disto e de tanto estilo e estética a série podia ser uma fotografia e não um filme. Os movimentos são lentos e os silêncios longos, muito longos. Mesmo que muito se esteja a passar naqueles três anos - pessoas despedidas, casais novos, casais a acabar, takeovers de empresas, gente que morre - ainda que se revelem muitos passados, este ritmo faz acreditar que nada avança.
Portanto, na melhor série de todos os tempos actualmente, nada parece avançar, os clichés atropelam-se uns aos outros, e, sendo em Nova Iorque nos anos 60, sabemos a maior parte do que vai acontecer. Talvez por tudo isto, fique uma sensação de que estamos a assistir à preparação de uma tragédia enorme no final. Esperamos sempre o pior quando alguém entra num carro ou revista uma gaveta, mas nunca vem. É como ver um bom jogo de futebol que acabou 0-0. Assim que perceber porque é que ninguém fica chateado com isso venho aqui explicar tudo.
Para além disto tudo, episódio atrás de episódio, temos todos os clichés que esperamos ver. Fuma-se nos hospitais, no elevador, nas carruagens de metro, as mulheres grávidas bebem martinis, o lixo é deitado no chão, mesmo em Parques Nacionais, a secretária espera ser beliscada no rabo pelo chefe e não acha mal, as crianças não são bem pessoas e um estalo ocasional é muito natural para toda a gente. No meio disto e de tanto estilo e estética a série podia ser uma fotografia e não um filme. Os movimentos são lentos e os silêncios longos, muito longos. Mesmo que muito se esteja a passar naqueles três anos - pessoas despedidas, casais novos, casais a acabar, takeovers de empresas, gente que morre - ainda que se revelem muitos passados, este ritmo faz acreditar que nada avança.
Portanto, na melhor série de todos os tempos actualmente, nada parece avançar, os clichés atropelam-se uns aos outros, e, sendo em Nova Iorque nos anos 60, sabemos a maior parte do que vai acontecer. Talvez por tudo isto, fique uma sensação de que estamos a assistir à preparação de uma tragédia enorme no final. Esperamos sempre o pior quando alguém entra num carro ou revista uma gaveta, mas nunca vem. É como ver um bom jogo de futebol que acabou 0-0. Assim que perceber porque é que ninguém fica chateado com isso venho aqui explicar tudo.
2 comentários:
Está longe de estar despachado. A melhor série de todos os tempos é "The Wire".
Reposta a ordem no Universo,
ficam os melhores cumprimentos.
E como se tudo isso não bastasse, ainda temos a cereja no topo do bolo a.k.a. January Jones.
Enviar um comentário