segunda-feira, 22 de abril de 2013

O método científico

Pensei durante muito tempo que a duração dos genéricos nas séries era reduzida gradualmente, à medida que as temporadas se sucediam, para não entediar de morte quem está a ver. O Matt Groening explicou-me que, tendo cerca de 24 minutos para cada episódio dos Simpsons, acertava a duração do genérico se fosse necessário esticar um pouco o resto. Alguns não têm mais do que a situação do sofá, outros continuam tão longos como no primeiro episódio. Ao reconhecer isto fazia-o com alguma vergonha, porque significava que não tinham conseguido encher (digamos assim) os episódios dos genéricos longos. Muito contente com esta informação, resolvi que ia ser este um dos meus critérios da, senão qualidade, pelo menos confiança dos escritores no seu trabalho. Seinfeld, Curb Your Enthusiasm, Arrested Development estavam à frente nos exemplos bons e o brilhante mas inacreditavelmente longo genérico do cada vez mais chato Dexter deram-me razão por cinco minutos, até me lembrar que Sopranos, Wire, Treme, feitos com uma colagem de imagens usadas nos episódios à anos 80 gastavam três minutos que - abençoado tempo que vivemos - são invariavelmente transformados num mínimo que depende da destreza do espectador com o fast forward (parar no created by funciona bem em quase todas as séries). Foi portanto a reflexão mais inútil de toda a minha vida, mas estarei sempre do lado do genérico curto. Apetecia-me exagerar que poderia mesmo salvar uma série, mas o Lost (segundo melhor genérico de todos os tempos) também me cortou as vazas.

Parecendo que não, o parágrafo acima é uma introdução para comunicar que vi o Girls quase todo num fim-de-semana e já ganhou o prémio de melhor genérico de sempre. E tem outros méritos, vi-me obrigado a reconhecer.

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